dos ecrãs tácteis às interacções sem toque

o Projeto Soli da Google está a desenvolver um novo sensor de interação humano/máquina, e a nossa presença é - literalmente - o único interface necessário
Meet Soli. Soli is a miniature radar that understands human motions at various scales: from your heartbeat to the movements of your body.

 
com tecnologia utilizada atualmente em radares, o sensor pode rastrear movimentos de sub-milímetros a alta velocidade e com enorme precisão. O sensor, que se encaixa num chip, pode ser incorporado em pequenos dispositivos ou objetos do quotidiano e produzido em larga escala

o vídeo do projecto:



para detalhes de como funciona, vale a pena visitar o site. O chip Soli pode (e deve) ser incorporado em portáteis, telefones, computadores, carros… you name it

não possui peças móveis e consome pouca energia. Também não é afetado por questões de luminosidade (que poderiam interferir na interacção) e funciona através da maioria dos materiais existentes. É claramente merecedor do hashtag #thenextbigthing

agora, é so Imaginar as (inúmeras) possibilidades...

IA é a nova IA

o debate filosófico entre inteligência artificial (IA) e inteligência aumentada (IA) é recente, com apenas meio século de existência

de um lado, o campo da IA - inteligência artificial - acredita que o futuro da computação é a existência de um sistema autónomo que pode ser ensinado a imitar/substituir funções humanas (máquinas inteligentes); um exemplo recente é o carro autónomo da Google, onde a máquina substitui completamente a intervenção e a interação humana

por outro lado, a IA - inteligência aumentada* - ​​acredita que a tecnologia da informação (hardware e software) pode complementar e aumentar a capacidade - motora e/ou cognitiva - do ser humano, mas deixando sempre o ser humano no centro da interação humano-computador

parece-me muito bem que a indústria abrace a inteligência artificial, mas não tenho qualquer dúvida que a "interação humano <> tecnologia" terá aplicações bem mais criativas e poderosas que a "substituição do humano por teconologia"

nas palavras de Tim Brown (autor de "Change By Design" e CEO da @IDEO) num artigo que encontrei recentemente "Design for Augmented Intelligence: Bringing a human-centered approach to big data and smart machines":  
"Data by itself is inert — dumb raw material. Making things smart will mean designing with data in a way that reflects and responds to human behavior,
(...) designing with data in a way that reflects and responds to human behavior. That means making it dynamic. Flexible. Evolutionary. It will have to exist in relationships. And relationships, as we all know, are complicated. Moreover, we now have relationships not just with each other, but also with our phones and networks and bodies and cars."
gostei particularmente da noção de "design evolucionário", que me levou a este vídeo de Michelle Thaller, atrónoma: "Augmented evolution: Why the definition of “human” is about to change". Uma abordagem extremamente interessante:
 

do vídeo, é particularmente curiosa a afirmação: "he always reminds me that what technology did for him was make him more connected, more emotional". E esta, hein?

quer acreditarmos em Jean-Jacques Rousseau ou não, não serão as máquinas o nosso maior desafio! Seremos nós, como sempre fomos:
"Trabalhos como o “Erro de Descartes” – pela mão de António Damásio – ou o livro “Predictably Irrational” – de Dan Ariely – vieram marcar um ponto de viragem. Mostram como é inquestionável que o que torna os Seres Humanos únicos – diferentes dos restantes animais ou dos computadores – são as emoções e a forma como estas influenciam o que sabemos ou pensamos. As emoções orientam o processo de tomada de decisão, a construção da experiência e a relação das pessoas entre si e com tudo o que as rodeia." (fonte: "O “storytelling” e a gestão de marcas")
*em inglês "Augmented Intelligence" ou "Intelligence Amplification"