"as marcas do Bullying" é o tema de capa da edição de Outubro de 2021 da revista Marketeer, uma iniciativa excelente e muito bem executada, com uma direção de arte exemplar
toda a visibilidade ao tema é bem vinda, parabéns Marketeer
em Portugal o tema ainda é tratado como “tabu”, mas já existem campanhas pontuais e trabalhos muito interessantes. Internacionalmente, as campanhas sobre este tema multiplicam-se e são cada vez mais e melhores; tenho escrito sobre algumas delas neste blog (por exemplo aqui)
mas quanto mais acompanho estas iniciativas, mais me questiono sobre o seguinte:
em primeiro, sobre a enorme distância que por vezes existe entre todas estas ações e a violência no dia-a-dia destas crianças e adolescentes; temos de garantir que efectivamente chegamos onde importa, temos de começar a medir resultados e temos de ser mais eficazes na promoção de mudança por forma a conseguirmos um verdadeiro impacto social
em segundo, e relacionado com o anterior, sobre quem é afinal o target das campanhas anti-bullying? as vitimas? os agressores? os cuidadores (das vitimas e dos agressores)? todos? porque tenho a ligeira sensação que quem "vê e ouve" estas campanhas são muitas vezes quem menos precisa...
em terceiro, sobre a comunicação paradoxal com que invadimos a (sub)consciência das crianças e adolescentes: por um lado injectamos nos meios de comunicação social doses massivas de violência, onde todos os dias é glorificada, nomeadamente pelos algoritmos das redes sociais, por outro lado fazemos campanhas mais ou menos "fofinhas" a dizer que a violência é uma coisa "feia e má". Em que ficamos? qual é mesmo a nossa posição?
deixo para reflexão, os comentários são bem vindos
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