purpose-led brands: linha de vestuário para pessoas com deficiência by Tommy

em 2016 a Tommy Hilfiger já se tinha associado à "Runway of Dreams", uma organização sem fins lucrativos fundada por Mindy Scheier, uma mãe de uma criança com distrofia muscular, para criar uma linha de vestuário mais inclusiva para crianças com deficiência

agora, a marca decidiu expandir a iniciativa para incluir uma colecção para adultos, esforçando-se por garantir a todas as pessoas com deficiência ainda mais opções de vestuário, mais adaptado às suas necessidades - chama-se "Tommy Adaptive" [link]

"Tommy Adaptive's mission is to be inclusive and empower people of all abilities to express themselves through fashion" refere o press release da marca

 

a linha inclui as peças essenciais como camisas, calças, calções, vestidos e casacos - sendo que as roupas Tommy Adaptive são mais fáceis de vestir. Modificações como bainhas ajustáveis, fechos de correr com uma só mão, aberturas laterais, sistemas de fecho de cordão, cintura ajustável, botões magnéticos e velcro, tudo ao serviço de tornar a roupa muito mais acessível às pessoas com deficiência. Algumas camisas são mesmo feitas com decotes de fácil abertura e aberturas de costas alargadas. Todos os modelos podem sem comprados na loja online da marca


 
de acordo com a revista Elle, este projecto resulta da articulação directa com a comunidade de pessoas com deficiência motora, para ter a certeza que eram introduzidas melhorias significativas desde os primeiros modelos lançados

em 2017 a Target também já tinha lançado a coleção Cat & Jack para crianças com deficiência motora; a própria Target também expandiu a sua linha de vestuário para mulher - Universal Thread - por forma a ser mais inclusiva

a revista "Mashable" incluiu esta iniciativa na sua categoria "Social Good", o que me parece acertadissímo! o post anterior - "you can talk the talk, can you walk the talk?" - falava precisamente sobre este tema: já não basta parecer, é preciso ser! Chamamos-lhe hoje "Purpose-led Brands"! são as marcas que vamos querer que façam parte do nosso futuro, porque são relevantes, porque acrescentam valor, porque têm um propósito e por isso fazem sentido para a nossa vida (que também tem e deve ter um propósito)

you can talk the talk, can you walk the talk?

uma coisa é as marcas comunicarem como o futuro devia ser, como nos devíamos comportar, como é que devíamos estar a mudar o mundo... blá blá blá... outra coisa é comunicar como se está - efectivamente - a mudar o mundo hoje

uma coisa é parecer interessante com a comunicação de uma acção futura (de que vamos ajudar, de que vamos mudar, ... só não sabemos é quando), outra coisa é ser interessante pelas consequências das nossas acções e comunicar precisamente isso! chamamos-lhe hoje "purpose-led advertising"

e quando se tem a mensagem certa, consegue-se coisas fantásticas como esta

sugiro ouvir a entrevista de Mike Watson da Wunderman Thompson, a agência responsável pela peça, na sequência dos recém criados prémios de eficácia da Kantar: "Future Proof: What makes a winning advert?"

por isso: parem de querer parecer interessantes, sejam interessantes